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Centro de Acolhida LBGTQIA é tema de trabalho de aluno de Arquitetura da Uniara

Publicado em: 10/12/2020

O estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Araraquara – Uniara, Raul Reina de Mattos, apresentou como Trabalho Final de Graduação - TFG o projeto “Centro de Acolhida LBGTQIA+”, orientado pela professora Maisa Fonseca de Almeida.

“Trata-se de um centro para acolher jovens de 15 a 25 anos de idade que são expulsos de casa pelos seus pais ou tutores. Além disso, o Centro tem como objetivo promover a cultura e levar conhecimento sobre a comunidade LGBT, com intuito de desmistificar e quebrar preconceitos, com eventos, palestras e shows para a comunidade em geral”, explica Mattos.

O local, de acordo com ele, conta com assistências psicológica, social e jurídica aos jovens acolhidos, “que passarão por uma triagem no momento do acolhimento e, após instalados, terão acesso a quartos individuais ou coletivos e áreas sociais coletivas como cozinha, salas de jantar e estar, lavanderia e banheiros”. “O complexo possui também, para uso dos acolhidos e da comunidade em geral, salas multiuso, onde serão oferecidas aulas de música, dança, cursos preparatório para vestibular e profissionalizantes, além de ter ampla biblioteca com sala de leitura integrada e uma vista privilegiada da cidade de Araraquara, auditório para palestras, cursos e eventos formais, e uma ampla área de convivência que poderá ser utilizada para pequenas apresentações, feiras e exposições”, detalha.

Mattos menciona que, segundo estudo apontado pela Organização Não Governamental - ONG Grupo Gay da Bahia – GGB, o Brasil é o país que mais mata LGBTs no mundo e, no ranking dos estados brasileiros em que mais ocorre esse tipo de crime, o de São Paulo está em primeiro lugar. “Ainda segundo a GGB, em 2019 foram registrados, no país, 329 mortes violentas, sendo 297 homicídios e 32 suicídios e, em 2018, foram registrados 420 casos”, acrescenta.

Em outra menção, o estudante coloca que um levantamento feito pela startup Mona Migs aponta que 60,03% das pessoas conhecem algum LGBT que já foi expulso de casa. “Em outra pesquisa feita pelo Instituto Data Popular, notamos que 37% das pessoas de 35 a 49 anos de idade não aceitariam um filho ou uma filha homossexual. Os pais dessa faixa etária possuem filhos de dez a 25 anos, e mais gravemente, pais com cinquenta anos ou mais possuem filhos dos 26 aos 35 anos de idade, sendo que, nesse caso, a porcentagem aumenta para 46%. Nota-se que é a mesma faixa etária que mais sofre todos os tipos de violência”, relata o aluno.

Para Mattos, Araraquara é uma cidade privilegiada por possuir um Centro de Referência LGBT, “que nos fornece dados locais sobre a violência contra esses jovens”. “Em 2017, foram feitos 85 atendimentos pela assessoria especial de políticas LGBT, sendo que 25% se tratavam de LGBTfobia. Algumas estatísticas municipais merecem destaques: maior violência dento da comunidade LGBT e para com os transexuais, travestis e transgêneros, seguido por gays, totalizando 82%. Já quando olhamos para as denúncias feitas pelo canal de atendimento que a cidade possui, a maior parte delas - 43% - são por homofobia. Outro dado preocupante é que a população mais jovem sofre mais, pois a faixa etária das vítimas é dos dez aos 25 anos de idade - 52% -, seguido dos 26 a 35 anos de idade - 41%”, alerta.

Todos os dados apresentados “demonstram a relevância social do projeto, que promove dignidade e bem-estar aos jovens LGBTs que sofrem mais violência, não são aceitos pela sociedade e cuja sua base, sua família e seu porto seguro também os rejeitam”. “Esses jovens muitas vezes são colocados para fora de casa e ficam sem apoio da família, da sociedade e do poder público”, lamenta Mattos.

Maisa, que orientou o TFG, reforça que a proposta do trabalho é relativa a moradia, acolhimento, saúde e construção da autonomia da população LBGTQIA+, “e aborda uma temática ainda carente de reconhecimento na sociedade e de políticas públicas específicas”. “A violência é um tema bastante frequente no cotidiano desses indivíduos, assim como o preconceito e a exclusão. A ideia do Centro é ser um edifício que seja referência para a população LBGTQIA+, com espaços de encontro, debate sobre a temática, tratamento, abrigo, conhecimento, qualificação profissional e assistência à saúde. Ao mesmo tempo em que a proposta se concretiza por meio de um projeto arquitetônico e paisagístico, ela é vista como um ponto de identidade e referência cultural na cidade, principalmente voltado para essa população historicamente excluída e oprimida na sociedade”, finaliza.

Informações sobre o curso de Arquitetura e Urbanismo da Uniara podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88.



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